“O socialismo é o futuro”

Entre os dias 26 e 28 de julho, aconteceu em Quito, Equador, o 21º Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina, que reuniu dezenas de partidos e organizações revolucionárias de todo o continente americano, Europa e África. Promovido pelo Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador e pela Juventude Revolucionária do Equador, o seminário teve este ano como tema “A Revolução de Outubro e suas lições para os trabalhadores e os povos”. Durante três dias se debateu, num clima de fraternidade e solidariedade internacionalista, os principais ensinamentos da Grande Revolução Socialista Russa de 1917 e sua vigência para a luta que a classe trabalhadora trava atualmente contra a exploração capitalista e o imperialismo. A seguir, a declaração final do seminário.

Gabriela Gonçalves e Heron Barroso, Quito

 

Declaração final do 21º Seminário Internacional “Problemas da Revolução na América Latina”

 

Há 100 anos, o proletariado russo mostrou o caminho pelo qual os trabalhadores e os povos do mundo devem seguir para conquistar sua emancipação. Seu exemplo é inesquecível, a despeito dos que tentam por todos os meios eliminar da memória o dia em que os operários descobriram o sol em meio à noite escura.

A revolução socialista de 1917foi a resposta histórica do proletariado revolucionário ao capitalismo e à toda a sociedade baseada na exploração e opressão, convertendo em realidade uma aspiração social. Esta revolução foi a confirmação prática da validade da teoria do socialismo científico, o marxismo, elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels; de sua análise a respeito da inevitabilidade da decadência e da ruína do capitalismo; do papel que a classe operária cumpre para a derrota da burguesia e para o florescimento de uma sociedade caracterizada pela igualdade social, pelo progresso e pelo bem-estar das classes trabalhadoras: o socialismo, primeira etapa da sociedade comunista.

Outubro de 1917 deu à luz uma nova época, a época do imperialismo e das revoluções proletárias. Precisamente aí reside seu caráter histórico internacional. Desde então, o capitalismo tem experimentado muitas mudanças: houve um enorme desenvolvimento tecnológico e científico, os processos produtivos foram inovados, mas nada disso modificou sua natureza e a exploração de um ser humano por outro. Ao contrário, suas contradições fundamentais se mantêm e se aprofundam constantemente, da mesma forma que ocorre com as contradições interimperialistas e as existentes entre o imperialismo e os países e nações dependentes, fatores esses presentes quando os operários russos derrotaram primeiro a monarquia czarista e, em seguida, a república burguesa.

Os bolcheviques, sob a genial direção de Lênin e Stálin, deixaram uma enorme lição para a história. Evidenciaram que a revolução do proletariado se organiza atuando com flexibilidade tática, nunca perdendo de vista os objetivos estratégicos; que é preciso dar respostas criadoras às situações concretas que se apresentam à sociedade e confiar na iniciativa das massas; combater toda manifestação de oportunismo e revisionismo, sabendo utilizar todas as formas de organização e de luta e entendendo que só é possível aniquilar o poder dos inimigos de classe por meio da violência revolucionária organizada das massas. Os revolucionários russos demonstraram que tudo isso só é possível cumprir com a condição de que o proletariado conte com seu partido de classe independente, de novo tipo, o partido comunista.

Esta revolução, entendida como o processo prévio à conquista do poder e o período no qual se constrói o socialismo, deu significativos aportes teóricos ao marxismo, desenvolvendo-o conforme a nova época. Vladimir Ilitch Lênin elevou o marxismo a uma nova etapa, o marxismo-leninismo, que se converteu, desde então, no guia do proletariado e dos povos em luta pela revolução e pelo socialismo. Junto com Stálin, grande estrategista da revolução e da construção do socialismo, ambos deram indispensável aporte teórico e prático à doutrina do socialismo científico.

Durante os anos em que os princípios marxista-leninistas orientaram o processo de construção do socialismo, este demonstrou sua superioridade frente ao capitalismo em todos os terrenos: econômico, social, científico, cultural e desportivo. O socialismo comprovou sua capacidade para atender e resolver as necessidades dos trabalhadores e convertê-los em classe dirigente. Emancipou a mulher da opressão patriarcal e da exploração burguesa. Libertou as nacionalidades da opressão nacional através do exercício do direito à autodeterminação. Reconheceu direitos coletivos dos povos até então inexistentes no mundo. Deu livre curso à potencialidade reprimida da juventude. Levou a ciência, as letras, as artes e a cultura a quem antes vivia na ignorância. Com a economia planificada, estabeleceu o uso racional dos recursos naturais. Despertou a todo um povo que se sentiu criador de um novo mundo e deu um grande passo no processo de emancipação da humanidade.

Cem anos depois

Na Segunda Guerra Mundial, com o glorioso Exército Vermelho, dirigido por Stálin, derrotou a besta nazifascista, expressão da política mais reacionária da burguesia internacional. Foi neste contexto que vários povos de todos os continentes empreenderam processos revolucionários de libertação social e nacional que fortaleceram o campo socialista.

Após a morte de Stálin, o socialismo sofreu uma derrota política transitória na ex-União Soviética. No 20º Congresso do PCUS, uma camarilha revisionista que atuou em surdina durante vários anos no interior do partido tomou o controle do Estado, reverteu o poder dos trabalhadores e iniciou um processo de restauração capitalista que desembocou na queda da URSS em dezembro de 1990, quando o capitalismo já era completamente dominante naquele país. Isso de maneira alguma significa o fracasso do socialismo, como afirmam os defensores do capitalismo, mas um revés que será superado pelos trabalhadores, pelos revolucionários e comunistas de todo mundo. O que sucedeu é a confirmação de que se o partido revolucionário do proletariado se afasta do marxismo-leninismo debilita os pilares da construção socialista.

Cem anos depois do triunfo da revolução dos sovietes, os revolucionários e comunistas de todo planeta não olhampara este acontecimento com nostalgia, mas o comemoram com os olhos no futuro, na luta que está à frente, nas batalhas que travam em cada um de seus países contra as classes dominantes e as potências estrangeiras.

Festejamos o centenário da Revolução Socialista Russa com otimismo porque sabemos que a história não se detém e em todos os continentes os trabalhadores, a juventude, as mulheres e os povos lutam, combatem por seus direitos e bem-estar, por liberdade, democracia, transformação social e pela paz. Estas lutas crescerão e se qualificarão, terão que mirar suas forças contra o sistema de exploração e seus mantenedores, contra a dominação imperialista, e darão início a uma nova onda de revoluções sociais, nas quais o legado dos operários russos e de Lênin e Stálin estará presente.

O socialismo é o futuro. Esse futuro foi plantado há cem anos, e hoje há ventos em todos os cantos do mundo que o farão florescer novamente. E é para que assim seja que os trabalhadores, os povos e os comunistas lutamos hoje com as bandeiras do marxismo-leninismo em alto.

 

Quito, 28 de julho de 2017

Partido Comunista Revolucionário – Argentina

Partido Comunista Revolucionário da Bolívia

Partido Comunista Revolucionário – Brasil

Partido Comunista da Colômbia (marxista-leninista)

Juventude Democrática e Popular da Colômbia

Sindicato de Trabalhadores Independentes de Ofícios Variados de El Salvador

Escola Política Permanente de El Salvador

Partido Estadunidense do Trabalho – EUA

Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador

Juventude Revolucionária do Equador

União Geral de Trabalhadores do Equador

União Nacional de Educadores – Equador

União de Artistas Populares do Equador

Partido Comunista da Espanha (marxista-leninista)

Plataforma Comunista – Itália

Partido Comunista do México (marxista-leninista)

Frente Popular Revolucionária do México

União da Juventude Revolucionária do México

Movimento 26 de Abril – Porto Rico

Partido Comunista Peruano (marxista-leninista)

Partido Socialista Revolucionário – Peru

Partido Comunista do Trabalho – República Dominicana

Partido dos Trabalhadores – Tunísia

Partido Marxista-Leninista do Peru

Bloco Democrático Popular – Peru

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