A OTAN iniciou seu ataque contra a Líbia algumas horas depois do Conselho Geral da ONU aprovar uma resolução que autoriza a adoção de “todas as medidas necessárias” para impor uma zona de exclusão aérea no país.
Com ela o imperialismo aplica, uma vez mais, seu habitual dois pesos e duas medidas na política internacional, como prova o não cumprimento das resoluções da ONU sobre o Saara Ocidental e frente aos ataques de Israel contra os palestinos.
Não à intervenção imperialista na Líbia!
A OTAN iniciou seu ataque contra a Líbia algumas horas depois do Conselho Geral da ONU aprovar uma resolução que autoriza a adoção de “todas as medidas necessárias” para impor uma zona de exclusão aérea no país. Começa assim a intervenção militar imperialista que pretende evitar uma saída revolucionária para a revolta popular contra o reacionário Muamar el Kadafi.
Com ela o imperialismo aplica, uma vez mais, seu habitual dois pesos e duas medidas na política internacional, como prova o não cumprimento das resoluções da ONU sobre o Saara Ocidental e frente aos ataques de Israel contra os palestinos.
O cínico argumento é a defesa da população civil. Sem embargo, como ocorreu no Iraque, as potências imperialistas voltam a espada contra seu aliado, não para respaldar os setores progressistas, senão para facilitar a burguesia pró-imperialista líbia, que até hoje apoiou Kadafi, no controle da revolta popular. O imperialismo pretende intervir para mudar um de seus peões por outro; não é a democracia que os aviões da OTAN estão impondo com bombardeios, senão a manutenção do mesmo status quo, a continuidade da farsa, com outros títeres.
As revoltas que estão sacudindo até os alicerces o mundo árabe são fruto de contradições que vêem sendo incubadas durante anos. Bem Alí na Tunísia, Hosni Mubarak no Egito e Muamar Kadafi na Líbia, não representam os interesses nacionais e democráticos de seus povos. São caudilhos reacionários que têm governado com mão de ferro seus países, defendendo os interesses do imperialismo e enriquecendo-se eles e suas famílias graças a brutal exploração das classes populares.
A generalização da revolta ameaça seriamente os interesses estratégicos das potências imperialistas que, frente ao perigo de que os processos em marcha terminem dando um salto até um caminho revolucionário, tentam por todos os meios influir neles, reforçando o papel dos setores da burguesia local pró-imperialista, ligada até agora aos tiranos de plantão. Com efeito, tudo indica que o imperialismo esperou para intervir, após os setores verdadeiramente interessados em dar a revolta um caráter nacional, democrático e antiimperialista, se desgastarem fazendo frente a brutal ofensiva do exército de Kadafi.
Por outra parte, destacamos que o imperialismo já tem intervindo na zona, invadindo Bahrein com uma força militar, enviada pela Liga Árabe para sufocar a revolta popular contra a dinastia governante neste emirado, base da 5ª frota norte-americana.
Dos quinze membros do Conselho, dez votaram a favor da resolução que tem dado cobertura a criminosa agressão, e cinco se abstiveram. Estes cinco membros são: Russia, China, Brasil, Índia e Alemanha. Dado o poder de veto dos membros permanentes do Conselho, as abstenções de Russia e China fizeram possível a resolução, o que os faz cúmplices desta agressão. É particularmente representativa a abstenção da potência alemã, incomodada diante da perspectiva de defender com maior clareza os interesses de outras potências, como os EUA, Grã Bretanha e França, finalmente rivais na repartição de áreas de influencia que se desenvolve de forma cada vez mais acelerada.
Como tantas outras vezes, no tabuleiro de jogo, quem está pagando com sangue e sofrimentos esta situação, é o povo da Líbia, que vai ter em frente, além do exército de seu tirano Kadafi, as tropas imperialistas.
O governo espanhol do social-liberal de Zapatero, até agora fiel aliado dos tiranos Bem Alí, Mubarak e Kadafi, longe de tomar medidas necessárias para fazer frente as conseqüências da crise sobre as classes populares, segue os ditames das potências imperialistas, autorizando o uso das bases de Rota y Marón pelas forças imperialistas da OTAN, e implicando o Estado Espanhol em uma criminal agressão de cujas futuras conseqüências será diretamente responsável.
O PCE (ml) exige o fim agressão contra o povo Líbio e a retirada imediata do exército monárquico espanhol desta operação.
Chamamos a solidariedade com os povos árabes em sua luta pela dignidade e pela conquista de seus direitos democráticos, sociais e nacionais.
Chamamos também todas as organizações e pessoas progressistas a participarem nas mobilizações de apoio e solidariedade com os povos árabes em luta.
Solidariedade ao povo da Líbia!
CONTRA O IMPERIALISMO!
VIVA O INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO!
Madri, 19 de março de 2011.
Partido Comunista da Espanha (Marxista–Leninista)
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