A falta de garantias sindicais e políticas na Colômbia se expressam novamente com o atentado ao companheiro Oscar Arturo Orozco – Presidente da Sub-diretoria da CUT de Caldas.
Os assassinatos, atentados, despejos, ameaças e a penalização do protesto e luta social, não cessam na Colômbia; são acontecimentos que diariamente reafirmam a falta de garantias sindicais e políticas para o exercício do direito de associação, negociação, greve e para a participação política dos setores populares e de oposição pelas grandes transformações que requer nosso país.
No dia 10 de janeiro, ao final de uma manifestação, os trabalhadores da Central Hidrelétrica da Caldas (CHEC), filiados ao SINTRAELECOL e à CUT, que reivindicavam o direito ao cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho e denunciavam as arbitrariedades e abusos que cotidianamente comete a EPM – Empresa de Serviços Públicos da Colômbia – contra o povo caldense, perto à praça de touros de Manizales, foram repentinamente agredidos pelo ESMAD – Esquadrão Móvel Antidistúrbios – a golpes de cassetetes e com artefatos explosivos; um desses artefatos feriu vários companheiros trabalhadores e suas esposas. O companheiro Oscar Arturo tem uma grave lesão em seus olhos, com o risco de perder um deles; atualmente, se encontra na Clínica Santa Sofía de Manizales.
A este atentado, soma-se a perseguição pela qual vem atravessando Oscar Arturo por parte dos organismos de segurança e de justiça do Estado Colombiano e em particular da Procuradoria Geral da Nação que, minimizando seu papel de dirigente sindical e popular, pretendem condená-lo por supostas “montagens ou auto-atentados” contra a própria atividade cotidiana que o companheiro exerce em favor dos trabalhadores e do povo caldense. Vão dizer que o acontecimento é outro auto-atentado?
Os fatos e a violação aos Direitos Humanos na Colômbia e em Caldas são progressivos, vejamos:
Huber Ballesteros – Dirigente Nacional da CUT, dirigente Nacional Agrário, Integrante da Marcha Patriótica -, durante a greve nacional agrária de 2013 é detido por supostos vínculos com a insurgência;
Em 2013, foram assassinados 19 professores da FECODE;
Héctor Sánchez, Campo Elías Ortíz e José Dilio Naranjo, sindicalistas da União Sindical Operária (USO) – Detidos por parte da Procuradoria General da Nação. Janeiro de 2014 – Os três sindicalistas são testemunhas chaves na investigação que adianta a Unidade Nacional de Conteúdos da Procuradoria Geral da Nação, pelo delito de violação ao Direito de Associação por parte de Pacific Rubiales, e que se encontra em etapa de indagação. Os três líderes foram ativos defensores dos direitos dos trabalhadores desta companhia multinacional, sendo assim, sua detenção constitui um novo caso de criminalização do protesto social;
Ever Luis Marín Rolong, integrante da Comissão de Queixa e Reclamações do SINALTRACEBA, assassinado em Barranquilla, em 4 de janeiro de 2014;
Juan Carlos Martínez Gil, diretor sindical EDUCAL, que também perdeu um olho, pelo atentado e tentativa de assassinato por parte do ESMAD, em junho de 2007;
Entre outros.
Enquanto Coletivo Sindical Classista, fazemos um chamado às organizações sociais e populares, aos movimentos e partidos políticos, para que denunciem e rechacem estes fatos e atos criminosos dos organismos de segurança do Estado, em especial do ESMAD. Convocamos à mobilização nas ruas da Colômbia e em particular no departamento de Caldas para não só respaldar a nosso companheiro Oscar Arturo Orozco, mas também a nossas organizações sindicais, para continuar defendendo e exigindo o direito ao protesto e ao não fechamento dos poucos espaços políticos e democráticos que ainda restam em nosso país.
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