Piedad Córdoba é uma advogada colombiana que dedica sua vida à luta pelos direitos humanos. Em 1994, foi eleita senadora e passou a integrar o Movimento Poder Cidadão Século XXI. Em agosto de 2007, a senadora participou do acordo humanitário entre as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (Farc) e o governo colombiano que resultou na libertação de seis pessoas que estavam sequestradas. Por sua atuação destacada em favor dos direitos humanos foi indicada, em 2009, para o prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia.
Mas como ocorre com as pessoas que lutam pela democracia na Colômbia, Piedad Córdoba é perseguida pelo governo do seu país. Em setembro, depois da acusação do procurador-geral Alejandro Ordóñez de que a senadora possui vínculos com as Farc, a senadora teve seus direitos políticos cassados por 18 anos.
As acusações do procurador são baseadas em alguns correios eletrônicos contidos nos computadores de Raúl Reyes, guerrilheiro colombiano assassinado em março de 2008 por um covarde bombardeio quando estava em território equatoriano. Acontece que o próprio procurador Ordóñez afirmara anteriormente que não havia nenhum correio eletrônico, mas apenas documentos no computador. Além do mais, Ronald Ortiz, investigador do grupo antiterrorista da Direção da Polícia Judicial, afirmou perante um juiz especializado que no momento dos estudos dos dados obtidos, se rompeu a custódia dos computadores. Ou seja, o próprio responsável pelas investigações admitiu que “não cumpriu os protocolos de rigor estabelecidos na lei”. Em outras palavras, os computadores foram manipulados ilegalmente.
Em protesto contra mais esse ato de arbítrio do governo colombiano, um grupo de juristas, jornalistas, organizações sociais e políticos de vários partidos realizaram em Bogotá, no dia 20 de outubro, uma manifestação contra a criminalização da opinião e contra a cassação do mandato da senadora.
Para a senadora Piedad Córdoba, “a cassação é uma perseguição política, pelo fato de pensar diferente e de ter uma posição a favor da negociação política com a guerrilha colombiana. A investigação disciplinar levada adiante pelo procurador não tem respaldo em provas, mérito jurídico algum e, muito menos, valor ético e moral”.
A verdade é que a senadora Piedad tem uma firme atuação na área dos direitos humanos com repercussão internacional. Daí a intenção do governo de Juan Manuel Santos de tentar calar a sua voz.
O fato é que desde a implantação das sete bases militares dos EUA, o governo colombiano aumentou a perseguição aos líderes populares e da esquerda e pratica uma política de guerra total em vez do diálogo com a guerrilha.
Cabe a todos os que lutam contra a intervenção do imperialismo na América Latina denunciar a cassação do mandato da senadora Piedad Córdoba e exigir o fim do regime de arbítrio e uma verdadeira democracia na Colômbia.
Fonte: Jornal A Verdade
Comments are closed, but trackbacks and pingbacks are open.