A crise na Itália continua a morder a carne viva da classe operária. Continuam as demissões, mesmo em grandes fábricas. Nesses dias, recebemos a notícia das mil demissões declaradas pela fábrica Piaggio, após o usual procedimento de idas e vindas de seu presidente Roberto Colaninno, com “contratos de solidariedade”. Isto em uma empresa com um orçamento ativo, que distribui dividendos substanciais aos acionistas e que sempre recebeu ajuda do Estado. Imaginem em outras empresas! Os patrões tiram vantagem da situação. As reduções salariais e o aumento da exploração (intensificação do ritmo e quebras da redução de jornada de trabalho, etc.) estão na ordem do dia para aqueles que permanecem na produção. Não se pode seguir em frente assim; é necessária uma ação unificada dos trabalhadores.
Até agora, no entanto, a resposta não foi à altura da realidade. A responsabilidade recai, primeiramente, sobre os reformistas e oportunistas de todos os matizes, dirigentes sindicais que apoiam plenamente o capitalismo e são inimigos da mudança genuína por parte dos trabalhadores e pessoas. Eles fazem todos os esforços para manter sob controle a indignação e a mobilização dos trabalhadores, para dividir a classe e não pôr em risco o destino da oligarquia e seus governos impopulares, como a coligação de direita liderada por Letta e Alfano. Até os que se dizem de centro, como Fassina e Camusso, declararam a inutilidade da arma da greve geral.
Também não muda a visão da Federação Italiana de Operários Metalúrgicos (Fiom). Um exemplo é o que vimos com a semana “O trabalho é um bem comum”, que terminou com a manifestação de 12 de dezembro do ano passado. Nesta ocasião, Landini, secretário-geral da Fiom, que, após o acordo com Camusso, também converge com o presidente do Partido Democrata, só piorando a situação. O secretariado da Fiom se preocupou mais em atribuir licenças de confiabilidade ao atual governo, tentando anestesiar o descontentamento dos trabalhadores, do que organizar e incentivar a luta contra as políticas que vão contra os interesses desses mesmos trabalhadores.
A resistência dos explorados nunca vai obter resultados se não ultrapassar os limites existentes, as muitas disputas sem conexão nem conteúdo definido, as visões anticapitalistas, economicistas, a ausência de projetos e perspectivas políticas revolucionárias. A estrada a se seguir se chama frente única dos trabalhadores!
Precisamos trabalhar pelo desenvolvimento e a unificação dos movimentos de luta operária contra os patrões e o atual governo, contra a União Europeia imperialista e suas políticas antioperárias, sob a base de uma concreta plataforma de reivindicação de classe: não às demissões e ao desmantelamento das fábricas, pelo aumento dos salários, pela redução da carga horária, pela abolição da precariedade do trabalho, etc.
Devemos dar maior impulso à participação dos explorados, às lutas, às greves. Os sindicatos e as representações sindicais unitárias (RSU) já são insuficientes, nos servem como organismos nos quais a massa operária pode se reunir e realizar a sua unidade de ação (por exemplo, comitês de greve, de agitação, etc.). Deve ser retomado seu papel de tomada de decisões e órgãos de classe eleitos.
Acima de tudo, queremos o elemento de centralização e direção independente, político e revolucionário: um forte Partido Comunista, combativo, uma união do socialismo científico (o marxismo-leninismo) e da maioria da classe trabalhadora. Só desta forma os trabalhadores poderão se unir e construir sua própria hegemonia em um bloco com outros estratos sociais aliados, também vítimas do capitalismo.
Plataforma Comunista – Itália
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