A indústria é a esfera produtiva fundamental na sociedade capitalista. Os alimentos, as roupas, os computadores, as motos, as televisões, os automóveis, os telefones celulares, os sapatos, os jornais, os livros, os combustíveis, as mesas, as estradas, os prédios, as máquinas, as mercadorias, enfim, todas as mercadorias consumidas em nossa sociedade, são produzidas pela classe dos operários. A burguesia apenas compra a força de trabalho, a explora, e se apropria do que é produzido pelo trabalhador.
A classe operária urbana e rural, como a principal força produtiva de nossa sociedade, é a classe mais avançada e a única que nada tem a perder a não ser as correntes que a prendem aos capitalistas; é a classe a quem cabe o papel de vanguarda da revolução brasileira, como afirmam Marx e Engels: “De todas as classes que hoje em dia enfrentam a burguesia, só o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária. As outras classes degeneram e perecem com o desenvolvimento da grande indústria; o proletariado, pelo contrário, é seu produto mais autêntico.” (Marx e Engels, Manifesto do Partido Comunista, Edições Sociais).
Para impedir que a classe operária cumpra esse papel, a burguesia sempre desenvolveu teorias defendendo a conciliação entre os operários e os patrões ou menosprezando o papel revolucionário dos trabalhadores. Várias dessas teses procuram propagandear que a classe operária está reduzida e não tem mais a mesma importância que teve no século 20. Alguns chegam mesmo a dizer que a classe operária está em extinção e que a nova força social seriam os “excluídos.” Mas a verdade é que os trabalhadores continuam sendo a força produtiva principal também no século 21.
Mesmo os ramos industriais que mais empregam máquinas não é possível produzir nenhum produto sem o trabalho operário. O que ocorre nesses setores, onde o nível técnico se encontra mais desenvolvido, é a necessidade de contratação de operários mais qualificados ou a substituição de parte dos trabalhadores por máquinas que, diga-se de passagem, só podem funcionar se algum trabalhador manejá-las. Algo, pois, muito diferente da tolice propagandeada pela burguesia e por seus teóricos sobre a extinção da classe operária.
Desse modo, sem o trabalho dos operários qualquer nação pára. Sem dúvida, quem colocaria as máquinas em funcionamento, senão os trabalhadores? Quem limparia as cidades e recolheria o lixo? Quem dirigiria os ônibus, os navios e os transportes em geral? Cortaria as carnes? Quem imprimiria os jornais, colocaria no ar as TVs? Quem fabricaria as cadeiras, as mesas, os carros, as bicicletas? Quem instalaria e consertaria a rede elétrica? Quem construiria as cidades, as casas e os edifícios, as ruas e avenidas? Quem fabricaria o pão, o leite, o café, o açúcar, senão os trabalhadores?
Basta ver o pânico que acomete a burguesia toda vez que os operários de um determinado ramo industrial entram em greve e deixam de fabricar os produtos. Já os capitalistas, os patrões, estes não fazem falta nenhuma à sociedade. Aliás, de onde provêm os lucros das empresas senão do trabalho do operário?
Em outras palavras, “A classe operária é a única que faz crescer o capital com seu trabalho, que se reproduz produzindo, que se incrementa enquanto classe e que aumenta seu peso e importância. A classe operária termina sempre como produtor particular de capital, que não pode em nenhum caso existir sem ela. (…) O lugar que ocupa na produção e frente aos meios de produção põe, inevitavelmente, a classe operária no centro da sociedade. Daí se conclui que é ela a força fundamental e que lidera a evolução e a transformação social.” (A situação internacional e nossas tarefas. CIPOML). 11
Portanto, o papel da classe operária na revolução se define em função da posição central que ela ocupa na produção capitalista e independe de quantos são os operários existentes e quantos estão empregados ou não. Na verdade, nenhuma outra classe é tão imprescindível para o funcionamento da moderna economia industrial como a classe operária.
Sem dúvida, nenhuma invenção tecnológica tem o poder mágico de mudar essa situação. Assim, apesar de alguns setores da esquerda ficarem encantados com qualquer nova descoberta técnica que acontece hoje no mundo – nunca se perguntando sobre a quem esta inovação tecnológica vai beneficiar e quem vai colocá-la em funcionamento – o fato é que os trabalhadores continuam sendo a força produtiva principal no século XXI, como foram nos séculos anteriores.
Este papel da classe operária na sociedade capitalista foi assim resumido por V.I. Lênin:
“O proletariado domina economicamente o nervo central de todo o sistema econômico do capitalismo e, também, o proletariado expressa economicamente e politicamente os verdadeiros interesses da imensa maioria dos trabalhadores”. (Lênin. Sobre a Grande Revolução Socialista de Outubro).
De fato, por sua capacidade organizativa, por sua disciplina e por sua assimilação mais rápida da própria ideologia do marxismo-leninismo, o proletariado é também a classe mais desenvolvida politicamente e a mais revolucionária, como comprova a história de todas as grandes revoluções socialistas realizadas no mundo desde a gloriosa Comuna de Paris.
Nesse sentido, a classe operária é a única classe que está em condições de dirigir a luta contra o capital de forma conseqüente e a que tem a capacidade para conduzir e dirigir as outras classes exploradas na luta contra a burguesia e pela libertação social.
Entretanto, apesar de a classe operária ser a classe mais avançada, o seu papel revolucionário é conquistado mediante uma longa, difícil e dura luta de classes. Em outras palavras, para afirmar-se como a vanguarda da revolução é fundamental que a classe operária por meio de suas lutas adquira cada vez mais confiança na sua força e desenvolva sua organização.
A aliança entre a classe operária e os camponeses é a força decisiva da revolução
Com o desenvolvimento do capitalismo na agricultura também temos o empobrecimento, a ruína e a proletarização dos pequenos agricultores: agricultores perdem suas terras; suas famílias são desagregadas; seus filhos morrem doentes ou de fome.
O preço da terra também aumenta vertiginosamente. Apenas no ano de 2007, a alta foi de 18%, fazendo com que o valor do hectare alcançasse o maior valor em toda a história. No cerrado baiano, um hectare de terra que valia pouco menos de R$ 4,5 mil no começo de 2007 passou a custar R$ 7 mil.
Mais. De 2005 a 2006, 569 mil postos de trabalho foram eliminados na agricultura e em onze anos, de 1985 a 1996, cerca de 900 mil pequenas propriedades rurais de até 100 hectares desapareceram. Dessas, 660 mil tinham menos de 10 hectares. Em conseqüência, ocorre o êxodo rural de agricultores para as grandes cidades e muitos são transformados em mendigos.
O capitalismo agrava, assim, as contradições com os pequenos agricultores que, arruinados, são levados a uma grande revolta contra os grandes proprietários exploradores que lhes roubaram suas terras. Aumentam as ocupações e cresce a luta por uma reforma agrária.
Portanto, no capitalismo não é possível nenhuma melhoria da situação nem dos operários nem dos pequenos agricultores. Por isso, os interesses dos camponeses pobres coincidem com os interesses do proletariado, o que significa dizer que a revolução socialista é, também para os camponeses, o único caminho para alcançarem uma vida melhor. Esta base econômica é a razão da necessidade da aliança entre o proletariado e os camponeses na luta contra o sistema capitalista.
Em outras palavras, só é possível solucionar as contradições existentes no campo com a socialização dos meios de produção e a nacionalização da terra. Isto é, substituir os exploradores, a grande burguesia industrial, financeira e agrária e a oligarquia latifundiária, que exploram com o objetivo de obterem grandes e enormes lucros, pela administração dos operários e dos camponeses, dos que produzem e geram riquezas.
Da mesma maneira que as classes ricas estão sempre unidas e não medem esforços pra defender o lucro e a propriedade privada, a classe operária, os camponeses e todo o povo devem se organizar e lutar por seus interesses, quais sejam: em vez de capitalismo, o socialismo; em vez de exploração, colaboração entre os homens; em vez de subordinação ao capital estrangeiro e espoliação das riquezas nacionais, independência e soberania.
Por fim, vale destacar a importância para a revolução brasileira, dos estudantes, dos intelectuais e artistas, que sempre estiveram ao lado da classe operária e do povo na luta pelas transformações revolucionárias em nosso país.
“A emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores”
Todos os dias, vemos os noticiários da televisão repetirem que o Brasil vai exportar bilhões de toneladas de soja, açúcar, café, carne, frango, aço, ferro etc., que a economia brasileira vive um bom momento e que o PIB do Brasil é um dos maiores do mundo. Mas para onde vão as riquezas que são geradas em nosso país? Quem se apropria do que é produzido pelo trabalhador?
Numa sociedade capitalista, como esta em que vivemos, as fábricas, as lojas, as máquinas, os edifícios, pertencem a um pequeno número de pessoas: os capitalistas. O que os trabalhadores produzem vai para o bolso dos proprietários dos meios de produção. Quer dizer, nas terras e nas fábricas, trabalham milhões de pessoas que produzem a cada dia um número gigantesco de mercadorias, mas o resultado do trabalho desses milhões de trabalhadores não é deles, mas dos donos dos meios de produção. Assim, os capitalistas vão acumulando riquezas e mais riquezas, enquanto o povo vai afundando numa miséria crescente. É a isso que se chama propriedade privada. Com efeito, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), unicamente 10% da população se apropria de 80% da renda nacional.
Um desses milionários é Eike Batista que tem uma fortuna de 16,6 bilhões de dólares e diz ter um enorme prazer sempre que a calcula. (Portal Exame, 24/01/08). Outra é a Sra. Lily Marinho, que tem R$ 13 milhões só em jóias, mais de 20 fazendas, duas mil cabeças de gado, móveis das Companhias das Índias, etc. Aos 87 anos, Dona Lily justificou assim o leilão que realizou desses bens: “Já vi tantos casos de famílias que brigam na hora da divisão de bens.” (Estado de S. Paulo, 27/04/08).
O que fazer, então, para acabar com essas injustiças no Brasil?
Há séculos, que sucessivos governos no país governam somente para as classes ricas, isto é, para a burguesia.
Este também é o caso do atual governo que gasta por ano bilhões com o pagamento de juros da dívida pública, financiando empresas capitalistas mas pouco investe na saúde, na educação, na construção de casas populares, na reforma agrária e, tampouco, tem coragem para nacionalizar nossas riquezas e reestatizar as estatais privatizadas.
Na verdade, somente quando os trabalhadores lutarem por uma revolução para acabar com o atual sistema econômico e político, o capitalismo, acabaremos com a pobreza e o sofrimento de nosso povo. Por isso, nós, comunistas brasileiros, temos uma grande tarefa: conscientizar a classe operária, os camponeses e todo o nosso povo da necessidade dessa revolução para alcançarmos a libertação e conquistarmos uma sociedade baseada nas relações de colaboração e de solidariedade entre os trabalhadores e na qual todos trabalhem, uma sociedade socialista. Portanto, para vencer essa guerra, os trabalhadores necessitam estar bastante unidos e ter um Partido revolucionário formado por homens, mulheres e jovens que nada temam e entreguem sua vida à luta para transformar o Brasil.
Sem partido não há revolução
Mas, para realizar a revolução e construir o socialismo, é preciso se unir, se organizar e lutar para ser livre. Foi com luta que os escravos conquistaram sua liberdade; será com a luta que os escravos modernos acabarão com a exploração do trabalhador pelo capitalista.
Sem dúvida, o povo trabalhador não tem ninguém com quem contar, exceto ele próprio, e não há no mundo meio de libertar os pobres da cidade e do campo que não seja a revolução. Ninguém libertará o trabalhador da miséria, se ele próprio não se libertar. E, para se libertarem, os operários devem juntar-se em todo o país, numa única união e num único Partido, o Partido Comunista Revolucionário.
Afinal, pode o povo trabalhador escapar à miséria, quando no Brasil, a grande maioria das terras está nas mãos de uma minoria de proprietários rurais e de grandes empresas agrícolas?
Pode o povo trabalhador ter uma vida digna, quando os ricos concentram nas suas mãos todas as terras, todo o dinheiro?
Podem também fazê-lo os camponeses quando são pobres, esfomeados e, por isso, têm de aceitar qualquer trabalho assalariado por um miserável bocado de pão? Pode fazê-lo, quando sem dinheiro não se pode comer nada?
Pode o operário ser livre se todas as fábricas que empregam os trabalhadores são propriedades de algumas centenas de famílias capitalistas?
Pode o povo trabalhador se livrar do desemprego e da fome, quando o dinheiro se tornou a força principal e pode comprar tudo: uma fábrica ou a terra ou até homens, como os operários assalariados? Pode-se acabar com o desemprego e a fome, quando apenas algumas centenas de empresários, latifundiários e banqueiros reuniram nas suas mãos centenas de milhões e, além disso, dispõem de todos os bancos, nos quais são depositados milhares de milhões de reais?
Para estas perguntas, não pode haver senão uma resposta: a única salvação para os trabalhadores é a sua união. Só com a verdadeira cooperação, pode o povo salvar-se da miséria. Só com a união dos camponeses pobres com os operários para lutar contra a burguesia, se abrirá o caminho para a vitória.
No entanto, para que essa vitória aconteça, é necessário que a classe operária e os camponeses conquistem o poder político, é necessário realizar uma revolução política.
De fato, há decadas que o nosso país é governado por partidos que embora usem o nome dos trabalhadores, defendem os interesses das classes ricas, dos poderosos. Dessa forma, antes de eleitos, se proclamam defensores dos trabalhadores e prometem adotar medidas para beneficiar o povo. Mas, após assumirem o governo, esquecem de seus compromissos e do sofrimento do povo e passam a governar com grandes empresários e políticos de direita, a defender os usineiros, o capital estrangeiro e a exploração dos operários pela burguesia.
Isso prova que para se libertar, o povo depende principalmente da sua luta e de sua união. Prova, também, que somente um governo dos próprios trabalhadores, sem a presença dos ricos e de seus partidos, é que terá a coragem de enfrentar as classes exploradoras, a burguesia e o imperialismo e realizar um governo revolucionário.
E o primeiro passo para fazer essa revolução é organizar um partido da classe operária, um partido comunista revolucionário, um partido diferente de todos os partidos hoje existentes. Sem esse partido e sem a luta revolucionária conduzida por ele, a classe operária não pode alcançar a libertação. Como escreveram Marx e Engels nas Resoluções da Conferência de Delegados da Associação Internacional dos Trabalhadores:
“A classe operária não pode atuar como classe contra o poder partilhado pelas classes possuidoras a não ser organizando-se e formando um partido político próprio frente a todos os velhos partidos formados pelas classes possuidoras. … Esta organização da classe operária para formar o partido político é indispensavel para assegurar a vitória da revolução socialista e alcançar sua meta final: a supressão das classes…” (Associação Internacional dos Trabalhadores. 1847)
Também V.I. Lênin mostrou com bastante profundidade que para o triunfo da revolução socialista era necessário, antes de mais nada, a construção de um partido revolucionário, isto é, uma organização de revolucionários profissionais, capaz de conduzir as massas à luta para derrubar o capitalismo e conquistar a ditadura do proletariado, o socialismo. Os princípios fundamentais desse partido foram sistematizados por Lênin em seu livro Um Passo adiante, dois passos atrás, escrito logo depois do II Congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), em 1904:
“O proletariado, na luta pelo poder, não tem outra arma senão a organização. Dividido pela concorrência anárquica que reina no mundo burguês, esmagado pelo trabalho forçado a serviço do capital, constantemente atirado ao abismo da miséria mais completa, do embrutecimento e da degenerescência, o proletariado só tornar-se-á inevitavelmente uma força invencível, quando a sua união ideológica, baseada nos princípios do marxismo, é cimentada pela unidade material da organização, que reúne milhões de trabalhadores no exército da classe operária. A esse exército não poderão resistir nem o poder decrépito da autocracia, nem o poder caduco do capitalismo internacional.” (Lênin, Um Passo adiante, dois passos atrás, tomo 1, Editora Alfa-Omega)
Resumindo, o partido é a forma superior de organização política do proletariado e representa a união do socialismo científico com o movimento operário de massas, a união da teoria revolucionária com a prática revolucionária. A base ideológica e política do partido é o marxismo-leninismo.
Porém, a capacidade combativa do partido só pode ser assegurada por sua unidade e pela disciplina de seus membros, pela aplicação dos princípios do centralismo democrático e do respeito ao programa e aos estatutos por todos os militantes. Assim, o partido não é uma organização eleitoreira e, tampouco, uma organização que substitua as massas. O partido deve esclarecer, levar à ação, organizar e conquistar a condição de vanguarda da classe operária.
Sem dúvida, numa sociedade em que os grandes meios de comunicação e os meios de produção encontram-se nas mãos da burguesia, só é possível o proletariado desenvolver uma consciência revolucionária, isto é, a consciência da necessidade da revolução, se sua vanguarda, os melhores e mais avançados filhos da classe operária, se organizarem num partido político que tenha por missão educar e elevar a consciência dos trabalhadores até a conquista do poder e a construção do socialismo, ou seja, de uma sociedade sem classes. Logo, sem um partido que efetivamente eduque e organize os trabalhadores para lutar pelo poder e pela derrubada do regime capitalista, os operários ficam à mercê da ideologia burguesa, que é a mais forte e mais antiga na sociedade capitalista.
As mentiras da burguesia contra o partido comunista
“O povo brasileiro, estes milhões de explorados, nunca esteve satisfeito com sua miséria. Resta-lhe apenas entender claramente quem são os responsáveis por essa miséria. É aí onde reside o imenso papel da vanguarda revolucionária. Essa vanguarda é o destacamento organizado, consciente, da classe operária. Sem a ação da vanguarda, sem a direção de um Partido Comunista Revolucionário, a revolta do povo será sempre cega e inconseqüente.” (Manoel Lisboa, 1944-1973)
Exatamente porque o partido revolucionário tem toda essa importância para a vitória da revolução, que a burguesia desenvolve uma campanha gigantesca contra a organização política dos trabalhadores e propaga mentiras como a de que o partido comunista tem privilégios e é antidemocrático.
Ora, o princípio fundamental sobre o qual se organiza o partido comunista revolucionário é o princípio do centralismo democrático, isto é, disciplina igual para todos os seus membros; subordinação da minoria à maioria; eleições democráticas para todos os seus órgãos e estatuto único. Dessa maneira, no partido comunista de novo tipo não existem privilégios e todos os seus membros têm de se submeter a uma disciplina proletária.
Na verdade, toda a experiência do movimento operário revolucionário nos ensina que a vitória da revolução proletária e a construção do socialismo são impossíveis sem um partido verdadeiramente marxista-leninista, sem a vanguarda da classe operária organizada política e ideologicamente. Uma vez que só unido por uma disciplina de ferro e um regime revolucionário rigoroso de centralismo democrático, formado pelos milhares de membros mais conscientes, mais ativos e mais corajosos do proletariado e estreitamente ligado às massas, o partido será capaz de comandar e realizar uma insurreição popular.
Dessa maneira, a tarefa central de cada militante do Partido deve ser levar à prática sua linha política e lutar pelo crescimento de sua influência nas massas populares. Logo, trabalhar cada minuto de nossas vidas para construir o Partido e desenvolvê-lo, possibilitando que ele tenha cada vez mais capacidade e condições para por em prática sua política é nossa tarefa central.
A burguesia espalha ainda a mentira de que os comunistas querem tomar a propriedade dos pequenos e médios proprietários. Mas a verdade é que os comunistas querem privar de propriedade apenas aquelas pessoas que vivem da exploração dos outros, os grandes proprietários, os grandes exploradores. A burguesia é que vive tomando as propriedades dos pequenos e médios proprietários, e por isso, suas propriedades são cada vez maiores.
A luta dos comunistas revolucionários é para as classes pobres controlarem as riquezas produzidas pelos trabalhadores. Em outras palavras, romper revolucionariamente com os interesses dos grandes capitalistas nacionais e estrangeiros, organizando o controle popular sobre toda a economia e acabando com os privilégios da burguesia, dos exploradores, já que sem medidas verdadeiramente revolucionárias é impossível pôr fim à grave e profunda crise que vive o Brasil e que infelicita o povo.
Finalizando, para alcançarmos êxito na luta pela conquista do poder é indispensável a construção de um partido operário marxista-leninista com a missão de educar o proletariado, principalmente por meio de suas experiências de luta, para conquistar o poder e estabelecer o socialismo no Brasil. Como afirmou Lênin em sua frase célebre: “Dêem-nos uma organização de revolucionários e revolucionaremos o mundo”. (Que Fazer?, Lênin)
Graças à luta e a dedicação do camarada Manoel Lisboa de Moura, esse partido foi construído e se chama Partido Comunista Revolucionário (PCR). O Partido Comunista Revolucionário é o partido político revolucionário da classe operária brasileira e seu principal destacamento de luta pelo socialismo.
A necessidade de atuar nos sindicatos
Aos militantes do Partido Comunista Revolucionário (PCR) cabe a histórica tarefa de colocar o centro dinâmico do crescimento do nosso partido na classe operária. Em outras palavras, o trabalho operário é a principal forma de trabalho da sociedade capitalista. É aquele que garante todos os produtos que a sociedade consome. É aí, portanto, que devemos concentrar nosso trabalho. Para dar cabo desta tarefa e atender ao imperativo do caráter proletário da nossa revolução, todos os militantes devem empenhar-se, com o máximo de suas forças, para fazer crescer o partido na classe operária.
Mas para aprofundarmos os vínculos com o proletariado, necessitamos ligar o Partido com os sindicatos, isto é, fazer ingressar rapidamente, o maior número possível de comunistas revolucionários nas empresas e nos sindicatos. Só com um trabalho sistemático dos comunistas nos sindicatos operários é possível aproximar as massas operárias do Partido e adquirir sua confiança.
Mais: os sindicatos representam no Brasil, para a classe operária e o conjunto dos trabalhadores, a principal organização na sua luta contra os capitalistas e pela defesa dos seus interesses imediatos. Para a grande maioria do proletariado, os sindicatos são suas fortalezas, que os ajudam a defender o salário e a combater os abusos dos patrões. Aliás, como muito bem mostrou Lênin, a própria história da classe operária confirma essa verdade:
“O desenvolvimento do proletariado, porém, não se realizou, e nem podia realizar-se, em nenhum país de outra maneira senão por intermédio dos sindicatos e por sua ação conjunta com o partido da classe operária.” (Lênin, Esquerdismo, a doença infantil do comunismo, Editora Símbolo)
De fato, de todas as organizações de massas, os sindicatos são aquelas de que mais a classe operária participa e onde mais se mobiliza para lutar por seus direitos e reivindicações. Constitui, portanto, um enorme prejuízo para o Partido os comunistas não compreenderem a importância da atuação nos sindicatos, não compreenderem que para impulsionar a revolução é necessário que ingressem nos sindicatos e se apóiem neles. Lênin, em seu importante trabalho Esquerdismo, doença infantil do comunismo, revelou o quanto a posição esquerdista de se ausentar dos sindicatos, alegando que seus chefes são reacionários, era errada. Vejamos:
“(…) Os comunistas alemães ‘de esquerda’ deduzem do caráter reacionário e contra-revolucionário dos chefes dos sindicatos que é necessário … sair dos sindicatos!!, renunciar ao trabalho neles!!, criar formas de organização operária, novas, inventadas!! Uma estupidez tão imperdoável, que equivale aos melhores serviços que os comunistas podem prestar à burguesia. …
Para saber ajudar as ‘massas’ e conquistar sua simpatia, adesão e apoio é preciso não temer as dificuldades, mesquinharias, armadilhas, insultos, perseguições dos chefes. Além disso, devem trabalhar obrigatoriamente onde estejam as massas.” (Lênin, Esquerdismo, doença infantil do comunismo, Editora Símbolo)
Portanto, não atuar nos sindicatos – mesmo os que têm chefes oportunistas e reacionários – significa abandonar as massas operárias, em particular as mais atrasadas, à influência desses oportunistas e reacionários; significa beneficiar a burguesia e sua dominação política e ideológica sobre o proletariado.
Porém, ao desenvolvermos esta atuação nos sindicatos, hoje dirigidos em sua maioria por forças reformistas, sempre surgem inúmeras dificuldades que nossos militantes não esperavam. O trabalho tem, então, uma queda ou mesmo é interrompido, abandonando uma tarefa que é fundamental e decisiva para realizar a revolução: a conquista da classe operária. O resultado é que ficamos ainda mais distantes de alcançar nosso objetivo perante à classe operária.
Ora, o único critério que deve ser levado em conta para definir nossa atuação é o de trabalhar onde estão as massas e ganhá-las para a revolução. E, como provam as constantes greves por salários, o número de sócios dos sindicatos, a grande maioria dos operários brasileiros continua a ver os sindicatos como uma organização de sua classe na luta contra os patrões capitalistas. Vejamos alguns dados sobre a situação dos sindicatos no Brasil.
Em 2001, o número de sindicatos no Brasil era de 11.354 e 19,538 milhões de trabalhadores sindicalizados, segundo pesquisa do IBGE. Destes, 2.834 estavam filiados à CUT; 839 à Força Sindical, 238 à Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT); 289 à Social Democracia Sindical (SDS); 86 à Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT) e 7.050 sindicatos não estavam filiados à nenhuma central sindical.
Sindicatos no Brasil | |
Indústria | 1.822 |
Comércio | 1.579 |
Transportes marítimos, fluviais e aéreos | 221 |
Transporte terrestre | 656 |
Empresas de comunicação e publicidade | 137 |
Empresas de crédito | 235 |
Estabeleciemntos de educação | 506 |
Profissionais liberais | 488 |
Agricultura | 3.912 |
Servidores públicos | 1.707 |
Outras categorias
Categorias não constantes de classificação Total |
87
04 11.354 |
Considerando que muitos trabalhadores estão ocupados em falsas cooperativas e outros estão sem carteira assinada, podemos até dizer que existe um grande número de trabalhadores associados aos sindicatos. Por outro lado, é claro que essa massa de trabalhadores sindicalizados (mais de 19 milhões) é, sem dúvida, a parcela mais ativa e mais consciente da classe operária.
Dessa forma, a tarefa principal para ligar nosso Partido à classe operária é, de imediato, lançar o maior número de militantes para atuar nos sindicatos operários. Ingressar nos sindicatos operários, realizar neles um trabalho paciente mas decidido, unificar a classe operária na luta contra o capital, aumentar a influência do partido nos sindicatos e ganhar a confiança, o respeito e a simpatia dos operários, eis as tarefas que levarão nosso Partido a transformar-se no verdadeiro Partido da classe operária.
É evidente que todo esse trabalho se desenvolverá ainda mais rapidamente se realizarmos conjuntamente brigadas de A Verdade nas fábricas e no centro das cidades, bem como se o jornal se transformar num órgão de denúncia dos abusos e da exploração que os trabalhadores sofrem em seu dia-a-dia.
Proletários, de todos os páises uni-vos!
Manoel Lisboa, presente! Agora e sempre!
Abaixo o capitalismo! Viva o Socialismo!
(Extraído do Programa do Partido Comunista Revolucionário – PCR)
Comitê Central
Partido Comunista Revolucionário (PCR)
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