Resolução do XIII Pleno do CC do PCMLV

Gran Marcha antiimperialista PDVSA es del Pueblo llega a Miraflores
31/01/2019
Foto: Cortesía Prensa Miraflores

A atual situação política, econômica e social que se manifesta em diversas partes do mundo alcançou níveis que obrigam o partido ml a estar o mais qualificado possível para confrontar os mais adversos e difíceis cenários que as atuais circunstâncias possam impor em seu desenvolvimento. Por tal situação é necessário desenvolver com maior celeridade a análise científica da realidade concreta que vivemos, o que  nos dará uma maior quantidade de elementos para analisar e compreender de maneira acertada os fenômenos que estão se desenvolvendo e que está obrigando, por sua vez, respostas em um tempo e espaço que exigem uma dedicação maior e melhor de cada um dos militantes  para poder cumprir com suas responsabilidades nos diferentes espaços onde o determinou o partido.

Tal como temos descrito em documentos anteriores, na atualidade se desenvolvem diferentes cenários em diferentes rincões do planeta que requer uma análise profunda das organizações revolucionárias que estão em combate contra o capitalismo, para se obter uma leitura sobre a realidade concreta política, econômica, social e organizativa atualizada, gerando  as respostas que consigam o apoio das amplas massas e, assim, ter maior possibilidade e capacidade de dirigir toda sua força para golpear o inimigo imperialista.

No plano internacional, destacam-se uma série de ações que vêm realizando as forças imperialistas para seguir avançando em seu objetivo de apoderar-se dos recursos dos países dependentes em favor dos interesses dos grandes monopólios.

Os povos se mobilizam para enfrentar os governos lacaios do capital financeiro, enfrentam suas medidas de diversas formas, exemplo disto tivemos nas jornadas de protestos que realizaram setores dos trabalhadores franceses, conhecidos como os coletes amarelos, e estas ações de protesto se prolongaram por semanas e apesar da repressão os trabalhadores se mantêm firmes, em pé de luta, angariando apoio que permitiu continuar as jornadas com ações contundentes, revelando ao mundo que a contradição capital trabalho segue desenvolvendo-se, o que se expressa em situações que devem ser aproveitadas pelos marxista-leninistas para orientá-las de maneira revolucionária.

Em nosso continente destacam-se dois fatos recentes, em primeiro lugar as eleições em El Salvador, país centro-americano, no qual se efetuaram as eleições presidenciais que ganhou Nayib Bukele, que foi apoiado pela organização política Novas Ideias. Por ora em suas primeiras declarações concedidas, Nayib Bukele parece assumir o formato de servir ao imperialismo norte-americano para facilitar seu controle no país. Em uma de suas primeiras ações logo depois de ser eleito presidente, Nayib Bukele conversou em torno de três horas com a embaixatriz dos EUA. e declarou que revisará a relação com a China, o que deixa claro qual é sua tendência até o momento, executar a cartilha da Casa Branca e servir a esta em sua disputa pelo controle do continente que a administração Trump desenvolve contra os imperialistas chineses e russos.

Outro fato a destacar são as jornadas de protestos que se leva dão no Haiti, multitudinárias mobilizações populares se desenvolveram contra a gestão do atual presidente Jovenel Moise, empresário, vinculado ao negócio das bananas, as quais historicamente estiveram vinculadas ao sistema de exploração em nosso continente; atualmente é apoiado pelo partido de centro-direita TetKale. Os protestos em vários lugares se tornaram violentos, os manifestantes se mobilizam contra os efeitos da inflação e o alto índice de desemprego, o que tem feito que a vida das maiorias populares se deteriore ainda mais, situação que não é pouca coisa em um país que tem um dos níveis de vida mais precários do planeta. O atual presidente, Moise, provém de setores rurais, geograficamente falando, e isto serve para manipular a propaganda em seu favor já que se vendeu a ideia de que por ser oriundo destes setores, este favoreceria à população mais desfavorecida; entretanto, na realidade concreta, ele se converteu em um exemplo claro de que o projeto levantado pelos exploradores tem a ver com a defesa de seus interesses de classe, que pouco importa sua origem geográfica, mas sim sua origem de classe e, como consequência, os explorados e oprimidos não devem deixar-se apanhar por estas artimanhas propagandísticas. No momento, o povo do Haiti luta consequentemente nas ruas; é necessário consolidar a organização popular revolucionária que oriente os explorados e oprimidos nestas horas de confrontações para aumentar suas possibilidades de vitória, e superar o marco das simples reivindicações pelo avanço político. O Haiti segue sua tradição de luta contra os exploradores e opressores, nosso apoio a este povo que não se resigna apesar de todo o sofrimento causado por séculos de exploração e opressão.

Igualmente, em diversas partes do continente se vivem experiências de mobilizações das forças populares revolucionárias que se desdobram pelas ruas para manifestar-se contra as políticas de fome que promovem os governos como o de Macri, Piñera, Duque, Bolsonaro entre outros. O movimento popular supera as ações repressivas das forças governamentais, não se rende e avança, apesar de manifestar debilidades que impedem uma melhor fortaleza e possibilidades na hora de desenvolver a luta contra governos que expressam de maneira aberta os interesses do capital financeiro.

Com todas estas situações se vive uma agitação e movimento permanente na luta política, na qual os diferentes atores que intervêm ali experimentam um movimento acelerado, podendo notar-se também na expressão de luta ideológica, o que pode ser constatado nas manifestações das diferentes posições das organizações políticas, que por sua vez são o reflexo dos interesses de classes; é assim como a burguesia e a pequena burguesia têm feito esforço por apresentar sua análise, tentando levar a posições conciliadoras ou traidoras alegando “prudência” nestes momentos, talvez assustadas ante a possibilidade de uma confrontação em grande escala empurrada pelos imperialistas do bloco EUA-UE com o firme propósito de assegurar os recursos da região, que disputa com o bloco China-Rússia.

Agora, é um momento de alta complexidade, as condições de diferentes índoles  se manifestam nas diversas posturas beligerantes, há um movimento acelerado no cenário econômico, político, social e militar, cuja agudeza é maior que em anteriores situações que indicam tempos decisivos no cenário nacional e internacional. Esta situação põe a prova, sem dúvida, a capacidade do partido do proletariado, sua capacidade de mobilização, de persuasão, de influir e direcionar as grandes massas na luta revolucionária pela transformação social.

As forças imperialistas deixaram claro sua intenção de aprofundar seu ataque contra o povo venezuelano, já não somente se anunciam medidas econômicas e políticas, mas também, se anuncia de maneira aberta a possibilidade de uma intervenção empregando uma coalizão de forças mercenárias militares dirigidas pelos imperialistas do Bloco EUA-UE contra nosso país. Para isto seguem alguns passos empregados em formatos anteriores como o caso da Líbia, em que, de maneira aberta e descarada, roubaram os ativos que tinha o país em Bancos estrangeiros, num total de mais de 20 bilhões de dólares entre recursos e ativos anunciados pela administração Trump e que seriam empregados no pagamento das operações mercenárias que fossem desenvolvidas contra nosso povo.

Desta forma, a tentativa de impor um governo fantoche na pessoa de Juan Guaidó é um intento de reeditar o que fizeram na Líbia com o chamado governo de transição, que serviu para justificar a invasão a esse país, que 8 anos depois é um desastre, precisamente o que convém às transnacionais e ao capital financeiro para obter grandes lucros das operações bélicas que continuam desenvolvendo.

Nosso partido consciente da importância de analisar com precisão científica a realidade concreta que se viveu nos últimos anos, as tarefas que disto deriva, esteve analisando permanentemente os cenários que vieram se desenvolvendo.

Estes cenários experimentaram diversos movimentos nos últimos meses descritos por nosso partido em documentos anteriores, entretanto a dinâmica na mudança das condições para a materialização dos diversos cenários gera que alguém substitua a outro em curto tempo; dos cinco cenários expostos por nosso partido, quatro (aguçamento do bloqueio, negociação, invasão estrangeira, situação revolucionária) estão latentes no desenvolvimento permanente da situação nacional, embora seja importante ressaltar que o quinto cenário, que é o golpe militar, não está descartado, pois também fomos testemunhas dos intentos de alguns redutos de levar a cabo ações neste âmbito; e as declarações de alguns porta-vozes imperialistas alimentam um levantamento militar, demonstradas no anúncio de levantar as sanções àqueles militares que apoiem e reconheçam como presidente de maneira aberta a Juan Guaidó. Sendo assim, queremos destacar que dadas as últimas situações é importante prestar atenção ao cenário de intervenção militar estrangeira, que parece muito próximo, sobretudo depois das declarações dos principais porta-vozes do imperialismo norte-americano em que os setores que atualmente ostentam a direção da Casa Branca deixaram claro sua intenção de meter a mão nos recursos da Venezuela de uma maneira mais aberta e favorável a seus interesses, para tanto se têm que utilizar o recurso da guerra, e estão dispostos a fazê-lo. Nos últimos dias este cenário começou a experimentar um novo capítulo com a entrada em cena novamente de um conjunto de artistas que se prestam a fazer o teatro de fachada de um movimento, mas para a intervenção imperialista.

Mas diante da tática de setores do capital financeiro contra nosso país, levanta-se a tática dos revolucionários, a que consiste em organizar as forças populares para o combate, aproveitando os momentos e situações que nos permita a maior acumulação  possível  de força e alcançar os melhores níveis de coesão, clareza tática operativa, e obter o apoio importante das amplas massas para levar a cabo com êxito a luta contra os imperialistas.

É propício recordar o exposto no documento denominado “A Tática”  em que ressaltamos o seguinte “”Vivemos um momento particular de aguçamento de todas as contradições próprias do modo de produção capitalista” o que se traduz em conflitos interimperialistas, agressões contra os povos, aguçamento da luta de classes com suas respectivas guerras, e imensas potencialidades revolucionárias próprias de um mundo agitado”. Aqui temos que destacar certamente que a ameaça que hoje vive nosso país está diretamente relacionada com a conflito interimperialista  pela partilha do mundo, manifestando-se nas diversas agressões contra nosso povo; mas é necessário destacar outro aspecto, talvez de maior importância  que são as imensas potencialidades revolucionárias que se apresentam nesta situação, pois os povos não ficam de braços cruzados ante as agressões, justamente o contrário, estas alimentam seu espírito combativo, deixa a nu a necessidade da direção revolucionária acertada, consequente para poder vencer o inimigo imperialista

As consequências desta ofensiva na população é evidente, o acesso aos mantimentos se faz cada vez mais difícil pelos altos custos que impõem os especuladores, os serviços se deterioram apresentando falhas cada vez mais preocupantes, além disso a sensação de insegurança e de preocupação crescem causando, em um importante segmento da população, afecções, em uma parte estas se manifestam em apatia para participar, em outras em maior disposição para confrontar a situação à maneira de resistência.

Para desenvolver a ofensiva anti-imperialista com possibilidades altas de êxito se faz necessário acelerar a marcha por consolidar a unidade e aliança dos setores revolucionários, superando entre eles as diferenças particulares para obter acordos de avançar juntos em objetivos gerais como a mobilização permanente, as ações conjuntas para atacar o inimigo principal, desmascará-lo, expô-lo ao rechaço e ao ódio das massas entre outras ações que os revolucionários devem impulsionar com maior dedicação nestes momentos.

Nosso país no momento está no centro da política mundial, isto significou que diversas organizações revolucionárias, incluindo as organizações ML se manifestaram de diversas formas contra a intervenção imperialista e em favor da luta do povo venezuelano, que até o momento segue resistindo e lutando, não se dobra apesar do aguçamento das ações  dos imperialistas que fecharam o cerco em torno de nosso país, aprofundaram o bloqueio e promovem com maior beligerância a agressão militar imperialista contra nosso povo, preparando, por sua vez, a construção de uma força de coalizão multinacional em que querem envolver as forças armadas de países vizinhos como é o caso da Colômbia e Brasil, cujos governos lacaios se expressaram como servis peões das políticas ditadas pelo imperialismo norte-americano contra países do continente.

Devemos preparar nossas forças, pois se o inimigo avança com maior capacidade de ofensiva e destruição, então as forças revolucionárias devem estar preparadas para a resistência e a contraofensiva, pois os explorados e oprimidos entendem que só a luta consequente, tenaz contra o inimigo de classe, é uma luta pela defesa de seus interesses.

O Socialismo só se constrói com a Aliança Operário-Camponesa no poder e o Povo em Armas!

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