A miséria dos capitais abutres é uma declaração de guerra contra os trabalhadores

PCPRO Partido Comunista de Porto Rico (PCPR) condenou hoje as movimentações do capital financeiro para obter um controle mais direto sobre as riquezas do Estado Livre Associado (ELA). A organização comunista advertiu que com a recente lei de revitalização da Autoridade de Energia Elétrica (AEE) se assentará a solução da classe dominante diante da crise econômica da colônia. “Ao controlar diretamente os lucros decorrentes da estatal por meio da Comissão de Energia de Porto Rico, controlam sua gestão empresarial ao decidir a frequência e magnitude dos aumentos da tarifa de energia. Os capachos no governo colonial foram o instrumento dos acionistas para criar a Corporação para Revitalização da AEE, entidade captadora de recursos e capaz de emitir dívida ‘fresca’. Esta corporação permitirá aos acionistas produzir títulos na bolsa de valores e obter fabulosos lucros no mercado financeiro. Por sua vez, utilizarão esses títulos para o investimento privado em infraestrutura, tornando mais produtivo o sistema de geração de energia. Sob o manto de entidade pública, privatizarão o principal ativo produtivo do país”, declarou o PCPR.

A organização comunista declarou que, com este vitorioso ensaio, o capital financeiro se coroa com a ponta de lança para solucionar a crise capitalista em economias improdutivas como a de Porto Rico. Os capitalistas necessitam sair da recessão e oxigenar o sistema de endividamento para que seus capitais continuem dando lucro. Os comunistas protestam contra tais planos das classes dominantes, verdadeira responsável pela dívida pública. “A dívida é um mecanismo para que o capital possa sair de seu atoleiro. Se há crise de superprodução na economia mundial é preciso dar dinheiro aos pobres para que consumam a produção excedente gerada pelo capitalismo. A dívida é um mecanismo que utiliza o sistema capitalista para estimular e solucionar sua crise, é sua proposta contra a crise”, defendeu o PCPR.

A imposição de uma Junta de Controle Fiscal é mais um dado dos planos das cúpulas imperialistas. “Aqui vemos claramente que toda a classe dominante e seus representantes políticos, tanto nos Estados Unidos como em Porto Rico, estão unidos nesta ofensiva contra as massas operárias. O capital financeiro busca organizar a exploração segundo os interesses particulares de cada capitalista. Por outro lado, a oligarquia colonial, representada principalmente no PPD e no PNP, tenta proteger seus interesses ante as movimentações de seus amos imperialistas que visam a restringir sua participação na divisão dos lucros orçamentários do ELA.

Os acionistas lograram eliminar os obstáculos legais, ainda que os administradores coloniais continuem cacarejando-os como uma possibilidade, mesmo sabendo que não são mais uma opção real. Os parasitas da colônia perderam a confiança inclusive de seus próprios sócios exploradores”, afirmaram os comunistas. Segundo o PCPR, a legislação imperialista não apenas representa o abandono de qualquer drama democrático, mas também garantirá que todas as novas emissões de títulos da dívida do governo do ELA sejam diretamente supervisionadas pelos representantes do capital financeiro radicados em Washington.

O PCPR condenou as ações de roubo e pilhagem da oligarquia colonial e parasitária em Porto Rico. Estas ações são insuportáveis ante a condição de pobreza e exploração dos trabalhadores e trabalhadoras da colônia. “São responsáveis diretos por facilitar o alívio ao capital e a seu Estado ao converterem os empregos, as pensões, as moradias, os serviços de saúde, a educação e todas as demais necessidades humanas vitais em mercadorias para obter lucros, impondo-as como obrigações individuais dos trabalhadores e trabalhadoras”, indicou o PCPR.

Denunciaram todas as forças oportunistas da pequena-burguesia como cúmplices do mecanismo colonial e eleitoral, que a única coisa que consegue é representar seus próprios interesses. “São todos cúmplices aqueles que tentam convencer os trabalhadores a limitar sua oposição ao marco eleitoral colonial. O sistema eleitoral atualmente nos manipula para buscar supostas soluções que conservem a lógica da propriedade privada capitalista. Enquanto pregam a paz entre os trabalhadores e os ricos e seus representantes políticos, debilitam o espírito de luta da classe operária, dando-lhes uma falsa solução com as eleições”, declararam os comunistas.

O Partido Comunista insistiu que sem a intervenção revolucionária da classe operária, a imposição da Junta de Controle Fiscal, mesmo que composta por porto-riquenhos, significará o crescimento da miséria dos empregos e salários, a continuação da perda de direitos trabalhistas e o sacrifício dos direitos sociais mais elementares. A classe operária, os trabalhadores organizados, os setores marginalizados e oprimidos devem contestar com maior consciência operária, maior organização, forjando uma aliança operária que rompa com o capital e todo seu poder. Isto requer uma ferramenta indispensável que é a democracia operária, a organização de assembleias de trabalhadores onde exijamos nós mesmos nosso próprio projeto de autodeterminação e independência. A única força que pode deter os planos coloniais de miséria, que pode frear a ira dos capitais abutres e monopolistas é o processo independente da classe operária em luta pela tomada do poder político, pondo sob controle operário os principais meios de produção.

Não à Junta de Controle Fiscal! Anulação unilateral da dívida!

Sim à organização e à luta por uma democracia operária! Assembleias de trabalhadores já!

 

Comissão Política do PCPR

partidocomunistapr@gmail.com

 

 

Partido Comunista de Porto Rico

22 de fevereiro de 2016

San Juan, Porto Rico

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