Nos marcos dos 150 anos de nascimento de Vladimir Ilitch Lenin, neste 22 de abril de 2020, o Partido Comunista Revolucionário (PCR) presta suas homenagens a este homem que foi, ao mesmo tempo, dirigente político e profundo teórico da Revolução Socialista. E aqui não nos referimos exclusivamente à Grande Revolução de Outubro de 1917, na Rússia. A contribuição de Lenin foi de tal forma transcendental que ele inscreveu seu nome na teoria do socialismo científico, gestada por Karl Marx e Friedrich Engels, resultando no marxismo-leninismo.
Nas palavras de Josef Stalin, continuador da obra revolucionária de Lenin na URSS, “O leninismo é o marxismo da época do imperialismo e da revolução proletária. Ou mais exatamente: o leninismo é a teoria e a tática da revolução proletária em geral, a teoria e a prática da ditadura do proletariado em particular”. (Fundamentos do Leninismo, 1924)
Neste sentido, uma das contribuições decisivas de Lenin na luta do proletariado foi sua formulação sobre a organização dos revolucionários e quais princípios organizativos ela deveria ter. De fato, Lenin foi o principal responsável pela construção do Partido Comunista Bolchevique, mesmo debaixo de uma autocracia violenta, partido que foi capaz de conduzir a classe operária russa à vitória sobre a monarquia e sobre a burguesia, em 1917. Assim, deixemos que o próprio Lenin nos fale sobre a necessidade histórica de se tomar partido.
Lenin vive!
Viva o socialismo!
Por um Governo Revolucionário dos Trabalhadores!
A quem serve o apartidarismo?
“Numa sociedade baseada em classes, a luta entre as classes hostis converte-se, de maneira infalível, numa determinada fase de seu desenvolvimento, em luta política. A luta entre os partidos é a expressão mais perfeita, completa e acabada da luta política entre as classes. A falta de cunho político significa indiferença diante da luta dos partidos. Mas essa indiferença não equivale à neutralidade, à omissão na luta, pois na luta de classes não pode haver neutros, na sociedade capitalista não é possível “abster-se” de participar da troca de produtos ou da força de trabalho. E essa troca engendra infalivelmente a luta econômica e, a seguir, a luta política. Por isso, a indiferença diante da luta não é, na realidade, inibição diante da luta, abstenção dela ou neutralidade. A indiferença é o apoio tácito ao forte, ao que domina. Quem era indiferente na Rússia diante da autocracia antes de sua queda durante a Revolução de Outubro apoiava tacitamente a autocracia. Quem é indiferente na Europa contemporânea diante do domínio da burguesia, apoia, tacitamente, a burguesia. Quem mantém uma atitude de indiferença diante da ideia do caráter burguês da luta pela liberdade, apoia, tacitamente, o domínio da burguesia nesta luta, o domínio da burguesia na nascente Rússia livre. A indiferença política não é outra coisa senão a saciedade política. Aquele que está farto é “indiferente” e “insensível” diante do problema do pão de cada dia; porém o faminto será sempre um homem “de partido” nessa questão. A “indiferença e insensibilidade” de uma pessoa diante do problema do pão de cada dia não significa que não necessite de pão, mas que o tem sempre garantido, que nunca precisa dele, que se acomodou bem no “partido” dos que estão saciados. A posição negativa diante dos partidos na sociedade burguesa não é senão uma expressão hipócrita, velada e passiva de quem pertence ao partido dos que estão empanturrados, o partido dos que dominam, o partido dos exploradores.” (O Partido Socialista e o Revolucionarismo sem Partido, 1905)
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