No dia 09 de maio, o Partido Comunista Revolucionário (PCR) comemorou 58 anos de história com um ato em Salvador, reunindo a militância das principais cidades nas quais a organização tem se desenvolvido no Estado da Bahia. Edival Nunes Cajá representou o Comitê Central na ocasião.
Ele fez uma explanação sobre por que se tornou comunista, resgatou a história do nascimento do PCR – como resposta concreta da vanguarda do povo brasileiro na luta para derrubar a ditadura militar fascista, em 1966 – e ressaltou a resistência do Partido ao revisionismo e ao oportunismo.
Cajá, que foi preso político na ditadura, salientou que o comunismo é o futuro do mundo e a forma superior de organização da sociedade. “Para mim, a luta revolucionária se tornou viável quando me dei conta de que é possível acabar com a mendicância à qual o povo é submetido na sociedade capitalista, que, de um lado, tem o luxo, enquanto maior parte do povo está na miséria e é obrigada a se humilhar para sobreviver”. E afirmou: “É possível mudar o mundo e a tarefa dos revolucionários é não aceitar mais que haja exploradores e explorados”.
Força da juventude
A atividade contou com a participação entusiasmada de dezenas de jovens e com representações da Unidade Popular (UP), Movimento de Mulheres Olga Benario, Movimento Luta de Classes (MLC), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), União da Juventude Rebelião (UJR), Movimento Correnteza e entidades estudantis.
Poesias revolucionárias de Bertold Brecht, Marighella, Pablo Neruda e Emmanuel Bezerra também marcaram as intervenções, intercalando com apresentações culturais de revolucionárias aliadas à luta do partido, como Ísis Valentini e Negra Winnie.
Também foi apresentado um histórico das principais lutas do Partido no estado, como o nascimento da Ocupação Carlos Marighella e da Casa Preta Zeferina, em 2021. Com registros de atos organizados pela militância dos movimentos e organizações presentes, rememoraram-se manifestações em defesa da moradia digna e a denúncia dos fascistas, que pioraram as condições de vida do povo.
Iniciando as intervenções políticas, Vitória Louise, da Coordenação Nacional da UJR, destacou que aquela era também a data em que o Exército Vermelho e o povo soviético derrotaram as tropas da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, em 1945. Salientou ainda sobre a centralidade que tem para a UJR a construção de uma nova moral comunista entre a juventude: “Che Guevara foi um jovem exemplar que abdicou de tudo que tinha e, por isso, ele é nosso patrono”. Também leu uma carta da revolucionária comunista Zoya Kosmodemyanskaya. Para encerrar, fez a premiação da Campanha de Recrutamento Sarah Domingues, que reconheceu os esforços de três militantes da UJR da Bahia que mais trouxeram pessoas às fileiras da luta pela revolução socialista em nosso país.
Em seguida, Eslane Paixão, presidenta da UP na Bahia, destacou a honra em construir a luta comunista e frisou a importância da luta antifascista no Brasil em todos os espaços. “Só a eleição não resolve! A verdade é que esse sistema é antidemocrático, que não dá tempo de rádio e TV, que não permitiu que nosso presidente – um homem preto, morador de ocupação – falasse nos debates”, referindo-se à campanha de Leo Péricles para Presidência da República, em 2022.
A comemoração de 58 anos do PCR demarcou o caráter proletário da vanguarda revolucionária brasileira, marcado pela luta feminista, de libertação do povo negro e fortalecido no fogo da luta de classes; mergulhado na arte popular, na camaradagem e na alegria. Assim, se fortalece o espírito revolucionário dos comunistas para seguirmos batalhando pela verdadeira festa dos povos explorados e oprimidos, que é a Revolução!