Uma operação para manipular as eleições presidenciais de fevereiro de 2013 está em curso no Equador. O Conselho Nacional Eleitoral – CNE, dirigido em sua integridade por aliados do presidente Rafael Correa e seu partido (Aliança Pais), colocou em curso uma manobra de fazer inveja a qualquer ditador com o objetivo de impedir os partidos que compõem a frente de esquerda unificada lançarem seus próprios candidatos nas eleições presidenciais.
A manobra visa atacar principalmente os dois principais partidos de esquerda do país: Movimento Popular Democrático – MPD e o Pachakutik -PK. Estes dois partidos já haviam sido inscritos e confirmados junto ao órgão eleitoral, mas tiveram seus registros suspensos no início de setembro após uma revisão fraudulenta e manipulada das assinaturas de filiação. Militantes históricos e até dirigentes do MPD tiveram suas filiações suspensas pois supostos grafologistas identificaram diferenças entre a assinatura firmada no momento da filiação e a arquivada nos registros do CNE.
Este ataque ocorre exatamente no momento em que se fortalece uma candidatura unificada da esquerda revolucionária do Equador. Reunidos em uma multitudinária convenção realizada em 1º de setembro, os partidos e movimentos MPD, PK, Montecriste Vive, RED, PCMLE e outros setores socialistas decidiram lançar à presidência o ex-presidente da Assembleia Nacional Constituinte e um dos principais líderes da oposição de esquerda ao atual governo, Alberto Acosta. Esta candidatura põe em cheque e desmascara toda a falsa propaganda do atual governo que tenta manter um verniz de esquerda no cenário internacional enquanto pratica uma política reacionária no interior do país.
A verdade é que o governo de Rafael Correa vem perseguindo todos os movimentos sociais do país que não apoiam sua reeleição. Mantém dezenas de presos e processados políticos, entre eles o ex-presidente da Federação dos Estudantes Universitários do Equador, Marcelo Rivera, enquanto privatiza a o serviço público de água, reprime os professores, estudantes e povos originários em todas as suas lutas.
Com a inscrição suspensa, os dois partidos (MPD e PK) têm, segundo as regras ditadas pelo CNE, até o dia 24 de setembro para apresentar o número de assinaturas que complete a inscrição (13 mil para o PK e 25 mil para o MPD). Ademais, a frente de esquerda está convicta que as intenções golpistas do governo só serão barradas através da mobilização popular e já convocou para o dia 13 de Setembro uma marcha nacional contra a fraude e em defesa da democracia.
É dever de toda a esquerda revolucionária estar em solidariedade com os lutadores do Equador que lutam para desmarcar o direitismo travestido de socialismo do século 21. Devemos denunciar todos os intentos golpistas do governo de Correa e propagar aos quatro cantos que no Equador sim existe uma esquerda revolucionária unida que não se rendeu nem se vendeu.
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