A juventude e a classe trabalhadora do Brasil foram às ruas neste 15 de maio, dia da Greve Nacional da Educação, protestar em defesa das universidades e institutos federais e contra os cortes na educação do governo Bolsonaro.
Nos 26 estados e no Distrito Federal, ocorreram enormes manifestações, atingindo todas as capitais e cerca de 200 cidades no país. De norte a sul, o povo indignado foi às ruas dizer “Bolsonaro, tire as mãos da educação”.
Só nas capitais, mais de 1 milhão de pessoas ocuparam as ruas. Segundo a organização, a cidade de São Paulo, com cerca de 400 mil, seguidas de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com 250 mil manifestantes cada, registraram as maiores mobilizações deste 15 de maio. Salvador, Brasília, Recife, Fortaleza, Natal e Belém tiveram mais de 50 mil pessoas nos atos. Esse é o primeiro grande dia de luta contra as medidas do governo Bolsonaro.
“Os atos deste 15 de maio foram um verdadeiro termômetro da disposição de luta da juventude e dos trabalhadores e trabalhadoras em educação. Está ofensiva deve continuar, ao contrário do que alguns diziam, é momento sim de greves, manifestações. O fascismo se derrota com o povo mobilizado e nas ruas! Mas temos que trabalhar ainda mais, mobilizar nas periferias, empresas, fabricas, junto a classe trabalhadora do setor privado. Preparemos uma grande greve geral no próximo dia 14 de junho, para enterrar de vez a reforma da previdência de Bolsonaro!”, afirmou Leonardo Péricles, presidente nacional da Unidade Popular pelo Socialismo.
Com os cortes de verbas do Ministério da Educação (MEC), reduzindo em mais de 30% o orçamento das universidades e universidades federais, o funcionamento de todas as instituições federais de ensino está ameaçado. Isso gerou revolta de estudantes e professores. Revoltou também toda a população, pois o governo além de cortar da educação chantageou com outro direito, a aposentadoria. O Ministro da Educação, Abrahan Weintraub, chegou a dizer que poderia devolver o recurso caso aprovasse a Reforma da Previdência.
“Com esses cortes de verbas, nossa universidade só funciona até agosto. Em nome da Unidade Popular, gostaria de dizer que a única saída é a união dos trabalhadores, da cidade e do campo, e dos estudantes para barrar todos esses retrocessos, barrar os cortes de verbas da educação e seguir rumo à greve geral dia 14 de junho parar barrar a reforma da Previdência, porque não iremos trabalhar até morrer”, afirmou Haroldo Lima, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, durante o ato em Feira de Santana.
Apesar de a educação, em todo o país, parar em adesão à greve dos servidores, os estudantes foram os principais responsáveis pelo tsunami vivida no Brasil neste 15 de maio, tendo papel de destaque a Federação dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet) e vários DCEs do Brasil. No Rio de Janeiro, mesmo com repressão policial e até invasão da sede da Fenet e da Aerj, a juventude não se intimidou e deixou seu recado.
“Isso só mostra, cada vez mais, que estamos do lado certo da história. Esse ato de repressão de hoje não serviu para nos intimidar, pelo contrário serviu para nos encorajar. Então, daqui a um mês (Greve Geral – 14 de junho), estaremos novamente nas ruas lutando pelo direito à educação e o direito do povo trabalhador”, afirmou Mell Pereira, representante da Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro.
Do Nordeste, da mobilização em Natal que reuniu cerca de 70 mil pessoas, a vice-presidenta da UP, Samara Martins, denunciou o crime que é retirar do povo pobre do acesso à educação superior. “Incomodam muitos ricos de nossos país, que nós, negros, pobres e da periferia, nos formemos e é, por isso, que atacam o IF e a universidade federal. Nós não vamos aceitar e não vamos arredar pé das ruas enquanto esse governo não recuar e voltar atrás nos cortes da educação. Porque é muito fácil, garante todos os recursos para os banqueiros, para a dívida externa, mas cortam da educação e da saúde do nosso país”, disse Samara, moradora da periferia de Natal, recentemente formada em odontologia na UFRN.
Por outro lado, em mais uma viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro procurou descaracterizar a luta em defesa da educação e chamou os manifestantes de idiotas úteis.
“É natural, é natural. Agora… a maioria ali é militante. É militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7 x 8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou o militar reformado que odeia educação e a reflexão crítica.
Não bastou completar cinco meses para o governo revelar seus principais objetivos, fazer um governo comprometido apenas com os ricos, os Estados Unidos, os milicianos e os banqueiros. Por isso, procura acabar com os direitos do povo trabalhador, com a educação e o pensamento crítico, com a aposentadoria e entregar todas as riquezas do Brasil para os ianques. Mas, sem dúvida, a Greve Nacional da Educação, com mais de 1 milhão de pessoas nas ruas, demonstrou a disposição de luta do povo brasileiro para defender direitos e enterrar o governo desse fascista.
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