Não à política de guerra, terror e miséria!

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Frente comum de luta da classe operária e dos povos oprimidos contra o imperialismo e a reação

 

Durante o último mês de novembro, a tendência à guerra imperialista teve uma perigosa aceleração. Em pouco tempo, França, Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Reino Unido e outras potências imperialistas, explorando a solidariedade com as vítimas dos bárbaros atentados de Paris, intensificaram sua intervenção militar na Síria, a porta do petróleo do Oriente Médio, declarando-se em guerra contra o assim chamado Estado Islâmico.

Ao mesmo tempo, os governos burgueses aumentam os gastos militares (a política de austeridade se aplica só para os gastos sociais, não para os militares); tomam medidas policialescas e repressivas para frear o movimento operário e sindical, quando jovens manifestam seus protestos; endurecem as medidas arbitrárias contra os imigrantes que fogem das zonas de guerra; levam a cabo a transformação reacionária dos Estados burgueses; envenenam o ânimo das massas com racismo e islamofobia.

Neste cenário, a demolição de um caça-bombardeiro russo por parte das forças armadas da Turquia açula a disputa entre potências imperialistas e capitalistas pelo domínio da Síria e da região, que pode desembocar em um choque armado generalizado.

Condenamos sem reservas o terrorismo antipopular que atacou na Turquia, França, Tunísia, Líbano, Egito, Nigéria, Mali, Camarões, matando um grande número de pessoas inocentes. Trata-se de um terrorismo reacionário que aspira manter os povos no atraso, na submissão e no obscurantismo religioso, que desvia suas lutas para objetivos úteis ao imperialismo e golpeia as forças revolucionárias e progressistas.

Denunciamos também a manipulação destes atentados que levam a cabo as potências imperialistas e as classes dominantes para arrastar os trabalhadores e os povos à órbita de uma nova guerra imperialista.

Os sangrentos atentados cometidos pelos bandos de fanáticos jihadistas são inadmissíveis. Mas quem deu apoio, armado e financiado?

O terrorismo jihadista se desenvolveu sobre um terreno devastado por décadas de intervenções armadas do imperialismo americano e de seus aliados no Oriente Médio, no Afeganistão, no Magreb, na África subsaariana, desatados com mentiras e falsos pretextos para explorar os povos e suas riquezas naturais. É a consequência direta da política de guerra, de saque imperialista, de complôs e ingerências que causou milhões de mortos, violências, torturas, destruição de cidades, desestabilização política, migração de massas, pobreza e desespero, que produziu uma guerra civil reacionária no Iraque e na Síria, países desmembrados para redesenhar o mapa da região.

Os chefes das potências imperialistas são os responsáveis pelas intervenções militares que alimentaram o fanatismo jihadista. São os que sustentaram, armaram e utilizaram durante longos anos o terrorismo de Estado dos sionistas, da antipopular Al-Qaeda e do Daesh (hoje Estado Islâmico) para reforçar seu domínio. São os mesmos que vendem armas e fazem negócios com os patrocinadores do terrorismo salafista, que violam as leis internacionais e cometem grandes crimes contra os trabalhadores e os povos.

A “razão” pela qual as potências imperialistas intervêm com as armas na Síria, não tem nada a ver com os interesses e as aspirações do povo sírio, com a liberdade dos povos oprimidos, como o palestino e curdo. A intervenção imperialista favorece aos monopólios e as forças reacionárias internas, regionais e internacionais.

O conteúdo real da política seguida pelas potências imperialistas na Síria, Iraque, Afeganistão, África e América Latina, é a luta de morte entre os EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Turquia, etc., por uma nova partilha do mundo, das esferas de influência, dos mercados, dos recursos dos países dependentes, por meio de uma encarniçada guerra econômica e de operações bélicas. É a luta da burguesia decrépita e em putrefação das “grandes nações” pela repartição e a submissão das “pequenas” nações, para aumentar os superlucros da oligarquia financeira. O elemento de contraste ao terrorismo jihadista é secundário e não muda nada o caráter imperialista das intervenções militares.

Nesta dramática situação, o comportamento dos chefes dos partidos socialdemocratas, reformistas e revisionistas é uma autêntica traição da causa da classe operária e dos povos, da paz e da democracia.

Os oportunistas votam as medidas e os gastos de guerra, o estado de emergência, declaram-se de acordo com a “união sagrada” com a oligarquia, adotam a política de opressão dos povos, repetem as frases nacionalistas da direita e dos fascistas. Transformaram-se em um apêndice da política e da propaganda imperialista. Por sua parte, os revisionistas aconselham os povos a se apoiarem em um imperialismo, russo ou chinês, para combater o outro, o dos EUA. Ambos adornam o imperialismo, escondem aos olhos dos trabalhadores e dos povos a política de exploração e opressão dos Estados burgueses e dos monopólios capitalistas; ambos traem a causa da revolução e da libertação dos povos.

O proletariado revolucionário não se deixará enganar por estes traidores, atuará para denunciar, desmascarar e derrotar a política de guerra, de terror, de miséria levada a cabo pelo imperialismo e as classes dominantes em cada país.

Exigimos a retirada de todas as potências imperialistas e capitalistas da Síria, Iraque e dos outros países da região, a desmobilização imediata de todas as tropas estrangeiras e o fim imediato do apoio às forças jihadistas.

Reivindiquemos a saída das alianças militares belicistas e sua dissolução, o desmantelamento das bases estrangeiras dos EUA e da Otan em nossos países.

Dizemos NÃO aos gastos de guerra, ao rearmamento, às medidas de militarização aplicadas pelos governos burgueses.

Condenamos a política de fechamento de fronteiras aos imigrantes, o racismo e a islamofobia.

Rechaçamos o estado de emergência imposto em alguns de nossos países. Reivindicamos o direito de manifestação, de reunião, de greve, defendemos as liberdades de expressão e movimento. Damos vida à luta mais implacável de todos os explorados e oprimidos contra os exploradores e fomentadores de guerra, sobre a base dos interesses políticos e econômicos da classe operária e com ações unitárias.

Damos nosso apoio aos movimentos de libertação nacional e social dos povos oprimidos, sustentando o direito das nações oprimidas à autodeterminação, até a separação.

Brigamos contra o nacionalismo e o chauvinismo, e conclamamos à solidariedade internacional dos operários, dos trabalhadores e dos povos.

Pela frente comum de luta da classe operária e dos povos oprimidos do Oriente Médio, da África, da Ásia, da América Latina e de todo o mundo contra o imperialismo, a reação e o fascismo.

Frente à barbárie imperialista e capitalista a única solução é a revolução e o socialismo!

Dezembro de 2015

Comitê Coordenador da Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML)

 

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